segunda-feira, 30 de setembro de 2013

sábado, 14 de setembro de 2013

Hortas das " DADAS"

Se quer viajar até ao passado, venha visitar este cantinho do Terrenho que alguns corajosos, penso que é melhor dizer corajosas, continuam a conservar.









A Mina



Reparem que o estrume do manjerico, são cagalhões de burro










domingo, 1 de setembro de 2013

Sr. Armando- O Sapateiro do Terrenho

O sapateiro era um profissional que consertava calçado, fazendo alguns remendos, punha meias-solas, saltos, chegando a fazer sapatos, sandálias e botas por medida.
No Terrenho, eram dois: o Sr. Armando, com oficina no largo da Aldeia Nova, e o Sr. Alfredo,que  tinha oficina na casa onde morava no cabeço. 
Cada um deles tinha os seus clientes habituais, alguns vindos de terras vizinhas e até de mais longe.
O cenário das suas pequenas oficinas era o mesmo. A um canto, um molho de sapatos e botas à espera de concerto, com indicação do arranjo pretendido escrita a lápis sobre as solas. No outro, uma prateleira com as obras acabadas, à espera de quem as viesse levantar, e no outro, ainda, o Alguidar de demolhar a sola, cheio de uma aguadilha negra, de odor característico. A meio de uma das paredes, além da tradicional máquina de coser, havia a cadeirinha baixa onde se sentava o único ocupante do espaço à frente do qual uma banqueta, de tamanho reduzido, punha à disposição do mestre o essencial das suas ferramentas, com destaque para o martelo de peta larga, a turquês de pregar, a grosa, a faca afiada como um bisturi, as sovelas e os ferros de brunir. No chão, ao alcance da mão, a pedra de bater a sola, feita de um grosso calhau rolado, a forma de ferro de três posições e a caixa compartimentada, contendo os vários tipos de pregos usados no ofício.( O sr. Armando tinha sempre à mão as duas muletas que, para que o conheceu sabe que ele era coxo de uma perna. ) 
Ainda no chão, espalhados por todo o lado, acumulavam-se os pedaços de sola e cabedais rejeitados, restos de solas velhas e de tacões usados, outros desperdícios e pregos velhos e torcidos, inutilizados.

( E preciso dizer que o sr  Armando trabalhava a maior parte do tempo no balcãosito que ficava à entrada da sua casa, o lugar onde o vemos na foto era do outro lado da rua, isto antes de existir o que agora chamamos a avenida.)



Com a qualidade de uma foto daquela época podemos ver alem do Sr Armando sapateiro  o Jorge Ferreira, que fez o favor de ceder esta e muitas outras fotos que já foram publicadas no blog, para ele um muito obrigado em nome de todos os que gostam de recordar as coisas  nossa Terra.

Como podem ver atrás é o quinteiro do Pantéra e do meu avo José Joaquim. Mas tudo isto levou uma grande volta como todos nos sabemos.